quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ABC..

A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra
amor e se acha importantíssima por isso!
Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de
pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau
mais triste que existe: "adeus"...

Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser
coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.
Com C, "carnaval", esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data
marcada. "Civilizado" é quem sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com
assinatura embaixo".
Com D , se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o
"então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que
falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa", uma
palavra que pretende ser beijo.
E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de
"escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as
estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito.

F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse
assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de
verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é
toda certeza que dispensa provas.
A sétima letra do alfabeto é G, de "grade", que serve para prender todo
mundo - uns dentro, outros fora; G de "gente": carne, osso, alma e
sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do
dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer
coisa que tenha acontecido ou sido inventada.
O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de
aniversário, queira ou não queira.
J de "janela!, por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim",
que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar
assim.
L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do
que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se
espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só
pode ser completamente louco.
M de "madrugada", quando vivem os sonhos...
N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho
por dentro.
O de "óbvio", não precisa explicar...
P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram
que foi Deus que inventou; de "palavra", que tenta falar o que sentimos necessidade de traduzir do olhar.
Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.
S é de "segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo":
quando o beijo é maior que a boca.
T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda
deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até
ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não
estava em outro lugar.
U de "último", que anuncia
o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade
de virar nenhum, pede cuidado.
Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de
"volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que
querem que ela queira.
E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma
palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém;

Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi
usada pelo Zorro... de "zebra", quando você esperava
liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom
motivo pra ser aberto.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Passado presente futuro

Às vezes pensamos em nossa vida como se fosse a resposta que tranquiliza os outros. Fazemos escolhas para agradá-los, para sedar o nosso sentimento de culpa, para obter aprovação de alguém. Sem compreender que a única maneira de fazer os outros felizes é escolher o que é melhor pra nós.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mar e terra

Mar e terra, dois incertos e longínquos que experimentam se comunicar, mas não sabem falar. Se você está e escolhe ficar, então lembre as coisas que não conhece, mantenha-as presas, não deixe que escapem, que chegará o dia em que você poderá conhecê-las. Se você está aí e sabe como amar, então lembre as coisas que dá, mantenha-as em outro lugar, não deixe que se calem, que chegará o dia em que poderá merecê-las.
O amor está nessas breves linhas, o amor como eu gostaria de tê-lo e como não mais o tenho. Ou como, talvez nunca tive. Porque o amor não é e não pode ser simples afeto. Não é hábito ou gentileza. O amor é loucura, é o coração que bate a duas mil, a luz que desce à noite no momento do pôr do sol, a vontade de se levantar de manhã, só para olhar nos olhos, e pensar: Eu tenho um companheiro. O amor é aquele grito que agora me chama e me faz compreender que é preciso mudar. Ele relembra momentos vividos juntos, as coisas que sempre ouvi, que sempre disse. Mas não sabemos falar. Não somos um o bem do outro. Uma lágrima desce cálida sobre o rosto, talvez essa pessoa ainda não saiba o que é amor. Mas certamente agora sabe o que não é.
Aquele final que falta e sempre faltou. Aquele final que talvez tenha chegado. É o momento de ir e dizer que foi bonito, que, mesmo se os atores saem de cena, o palco da vida permanece aberto e pronto para novos espetáculos. Mas o final desse chegou.

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