segunda-feira, 16 de julho de 2012

"Foram tantas coisas.. Eu me apaixonei pela sua conversa, por sua risada.. Minha primeira paixão foram seus olhos, e eu continuo doido por eles. Teu sexo me apaixonou, e tua preocupação me fez sentir importante e amado por alguém, e isso me fez amar também..
Acho que não acaba por aí, mas eu preciso que você me ajude a descobrir..

Enfim, finalmente achei alguém que se parece comigo, e isso é muito bom.."




Bonitão
" Às quatro de nossa manhã, éramos dois olhando dois, sonhos abertos em quatro íris..
Despertos, suados, mas ainda sonhados. " Bonitão.

terça-feira, 3 de julho de 2012


Hoje ele veio me falar de música. Dos filmes, dos textos, da arte, do rio que corria em sua vida, do medo. Hoje ele veio me falar de expectativas. Dessas que a gente sufoca o outro sem ver, miudinhas, rotineiras, demasiadamente fantasiosas. Pensei no mundo, nos outros, pensei em mim.
Lembrei-me de todos os meus sonhos de adolescente e quantos deles já tinham ficado para trás simplesmente porque existiam expectativas demais, fundamentadas em realidade de menos. Pensei em quantas vezes deixei de lado um relacionamento nesse caminho por simplesmente não ter a força de vontade necessária pra fazer acontecer, em quantas pessoas perdi por não dar valor. A dura verdade é que num mundo onde amar virou sinônimo de coragem, a gente por vezes tem um pouco de ansiedade com o amanhã. Ou a grande palavra do momento: pressa. A gente tem medo de ser enganada, enrolada. Ainda mais atemorizante, a gente tem medo de acabar só no deleite de nossa própria companhia, o que implicaria em liberar do armário escuro e sombrio todos os nossos monstros particulares que tanto relutamos em esconder. O resultado se configura em expectativas demais, derramadas súbita e integralmente em cima de pessoas que, naquele momento, podem não estar preparadas para corresponder. Reticências pontuando frases que mereciam boas vírgulas e um ponto final.
Pensei em caminhos, descaminhos, escolhas. Pensei em quantas vezes culpamos o destino, o universo, Murphy e o karma por uma realidade diferente da que a gente esperava. Em quantas desculpas arrumamos para o comportamento divergente do outro e para tantas atitudes (ou falta delas) para silenciar a dor e a ansiedade que alimentamos em silêncio. Queremos encontrar culpados para um crime que nós mesmos cometemos: a pressa de uma escolha. Nós escolhemos estar ali e queremos que o outro faça essa mesma escolha em um tempo que na verdade é inteiramente nosso.
Clichê, mas a vida é mesmo um rio em constante movimento. Nós, somos apenas navegantes que temos a sorte de as vezes poder escolher a direção, a velocidade e a bagagem que levaremos, que nos instiga a correr o risco do inesperado, ou nos intimida através do medo, limitando nossa trajetória ás margens próximas onde supostamente existe segurança. Se arriscar, significa aceitar o que o rio tem a oferecer de peito aberto, com a consciência tranquila que nada é ao acaso. É saber respeitar os momentos de cheia e seca que a natureza impõe, sabendo que tudo na vida são fases, com estações passageiras feitas para o rio se recompor e seguir inteiro, sem lembranças de viagens passadas, pronto para novas turbulências.
Hoje ele veio me falar de perspectivas. Aquilo que a gente inventa. Pensei no tamanho da bagagem que muitas vezes levamos, na mala cheia de expectativas, frustrações e dores de amores mal curados. Cacos e peças que não fazem mais parte do presente e que deveríamos ter deixado para trás.
Penso sobre passado, presente e futuro. Penso sobre amor e toda sua eternidade no breve espaço de um segundo. E finalmente entendi, que expectativa gera frustração sim, apenas quando depositada sobre ombros despreparados. Preparo exige calma e tempo. Construir vontades também. Porque ir devagar, na maioria das vezes é muito mais rápido.
Hoje ele veio me falar do nosso sentimento. E eu, falei pra ele de medo. Fluimos. Com a leveza de um agora vivido sem pressa nenhuma. 
A afinidade aparece como um algo intruso, ousado e bem-vindo. Minhas besteiras. Tuas gargalhadas de canto de boca. Meus olhares românticos. Teus carinhos. O som da Corinne. Suas brincadeiras. O cheiro de chamego. Confesso que acho engraçado e assustador, quando você fala de coisas pessoais e eu percebo que, no fundo, no fundo, você acaba falando de mim também em tuas frases.
Quando você diz que precisa ir embora, acontece algo entre o quero-que-você-peça-pra-eu-ficar-mais e talvez-eu-não-deva-gostar-tanto-de-você. Abaixo a cabeça e sofro por alguns segundos ao imaginar ficar sem sua presença. Enquanto tenta se esconder atrás dessa fortaleza, mostrando que este pensamento não passa por você. Mas eu admito, estou com aquele receio de me entregar para alguém com sorriso torto, barba e tristes histórias sobre relacionamentos mal acabados.. mulher é mesmo difícil.. mas faz sentido, sim? Muitas várias histórias mal acabadas! Por que seria diferente?
Você pede um café, um apelo, mais um cérebro e mais um coração. Eu digo algo entre estar cansada de controlar minhas vontades, e nem acho que as controlo mais.. e de me ver frágil perto de você, enquanto você parece lá no fundo tão forte. 
Então, eu proponho um novo encontro. Um filme. Um café. Uma volta. Uma tarde inteira ouvindo sua voz. Ou uma noite inteira ouvindo Blues. Qualquer coisa que me faça ver seus olhos castanhos novamente.
Você demorou a me pedir o açúcar e desde que sentamos aqui, te olhei querendo um abraço, um beijo, uma paixão.
Estou sedenta, faminta e em estado incontido de efervescente tesão. Saiba que minha invasão é certa e que não achará abrigo para amenizar o peso magnético do meu peito. Vou meter-me em tudo, sentir seu corpo suado, escorrer quente e cravar-me toda em sua retina, que logo, só refletirá meu rosto e automaticamente turvará tudo que resta. Tomarei um café amargo e, mesmo assim, em minha língua, só restará o seu gosto.
Pela primeira vez na vida, confundi o sal com o açúcar. Quebrei copos, pratos e cozinhas inteiras lembrando os sons que você fez perto do meu ouvido. Olhei para o espelho e me perguntei sorrindo o que você achará do meu novo corte de cabelo. Ansiarei por seus dedos entrelaçados entre meus fios.
Relembrarei arrepiada a sensação causada pela sua barba, que insistirá sempre em roçar na minha nuca. Quando estiver sozinha, levantarei meu vestido, para em minha coxa, rever a marca roxa da sua recente mordida. Seus caninos ainda estarão cravados em meu braço, fincados em minhas costas e escondidos nas minhas lembranças.
Terei sonhos baseados na sua respiração ofegante e nas madrugadas que me deixou jogada sobre a cama, sem forças, enlouquecendo por sentir tanto prazer e ao mesmo tempo, tanto amor. 
Diluiu meus problemas em seu sêmen e em mim plantou momentos tão marcantes que passarei o resto da vida policiando-me para não voltar a me apaixonar por você.