quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pedaço de carta

... Caminho em frente pra sentir saudade
Ando em frente por sentir vontade


 Não espero resposta, e no fundo nem sei ao certo minha intenção com esta. Só queria e precisava dizer que gosto, antes que o tempo em que fizesse algum sentido falar, passasse.
Talvez você jamais tenha sido meu, e talvez eu nunca tenha deixado de ter esse pensamento, mesmo assim tive vontade de viver todos os dias com suas palavras. Só quero deixar a certeza de que em vários momentos eu fui sinceramente sua. 

Não podia deixar o silêncio passar sem te contar o que você já sabia.

Beijos.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Eu te resgato no bar, antes da madrugada acabar, quando seus olhos já estão bem espremidinhos e a boca fala com preguiça. Eu te carrego pra casa, você cheira a alegria que só o alcoól e o cigarro prometem.
Ziguezagueamos pela calçada com destino ao meu apartamento. Só me lembrarei da garoa no dia seguinte, ao flagrar a poça que se forma. Também só me lembrarei do barulho alto que a porta faz, quando você for embora para quem sabe voltar, caso você queira estar perto numa noite dessas.

A gente conversa, mesmo sabendo que o álcool roubaria parte da sua memória, incapacitando-o de lembrar do que me contou. Nunca nos desentendemos quando as pautas esquentam. E assim, eu estava feliz.

Você não quer me beijar e sempre muda de assunto quando não quer responder uma pergunta. Até questionou porque eu não te agarrava, tola, respondi, tentei um beijo, e assim você recuou. Atitude quase inexplicável. Menos charme... sou intensa, sou beijo, apertos, vontades. Então desfaço o pensamento de desejo, volto para o seu dizer, fico atenta, você está desabafando! Momento raro, me sinto privilegiada. Poderia me sentir especial?

A madrugada passa e chegam os sussurros. Seu olhar não me deixa guardar o fato de adorar-te.

Quando um filete de sol surge na parede, você se afasta, senta na cama, se despede cansado e, embora eu tenha a mania de te enquadrar pelo olho-mágico, só pra saber como você é quando não somos, prefiro quando você me deixa em branco. Gosto do silêncio que fica depois que bate a porta.
Há parcerias que se esgotam no quarto.

O gosto do café que tomo no meio da tarde é interrompido por uma lembrança de ontem, você me pedindo para abraçar-te. Posso até te ligar, mas te esqueço por uma brisa que coreografa o meu cabelo, impedindo a imagem que idealizei. A brisa passa, você volta.


Longe dos afagos noturnos, nosso papo as vezes é truncado. Você me responde o que não perguntei e me repreende sem querer, por algo que eu não consegui esconder. Pequena maldade. É que.
  Eu gosto da conquista, mas não gosto de jogos. A coragem da palavra dita sem previsão de resposta, me encanta.